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Dólar fecha abaixo de R$ 5,50 pela 1ª vez em 8 meses, com conflito Israel-Irã e 'Superquarta' no radar

A moeda norte-americana fechou em queda de 1,03%, cotada a R$ 5,4855. A bolsa de valores encerrou com um avanço de 1,49%, aos 139.256 pontos. Notas de dólar R...

Dólar fecha abaixo de R$ 5,50 pela 1ª vez em 8 meses, com conflito Israel-Irã e 'Superquarta' no radar
Dólar fecha abaixo de R$ 5,50 pela 1ª vez em 8 meses, com conflito Israel-Irã e 'Superquarta' no radar (Foto: Reprodução)

A moeda norte-americana fechou em queda de 1,03%, cotada a R$ 5,4855. A bolsa de valores encerrou com um avanço de 1,49%, aos 139.256 pontos. Notas de dólar Reuters O dólar fechou em queda nesta segunda-feira, cotado a R$ 5,4855 — no menor patamar desde outubro do ano passado. O Ibovespa encerrou com um avanço de 1,49%, aos 139.256 pontos. ▶️ Os investidores continuaram a monitorar a escalada do conflito entre Israel e Irã, mas agora com um tom mais cauteloso do que alarmado. O confronto chegou ao quarto dia nesta segunda-feira, sem previsão de cessar-fogo, e com um balanço de mais de 200 mortes no Irã e 22 em Israel, incluindo crianças. Além dos efeitos diretos da guerra, o mercado também avalia os impactos indiretos. Na semana passada, por exemplo, a escalada das tensões no Oriente Médio fez os preços do petróleo dispararem mais de 8%, em meio à preocupação sobre a interrupção do fornecimento da commodity. Mas o Irã afirmou que suas instalações não foram danificadas até o momento. ▶️ Além do confronto, a "Superquarta" desta semana também fica na mira do mercado. O dia é chamado assim porque é quando o Banco Central do Brasil (BC) e o Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, definem as taxas de juros de seus respectivos países. (leia mais abaixo) ▶️ Investidores ainda repercutiram a divulgação de indicadores econômicos. Por aqui, o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br), considerado a "prévia do PIB", mostrou que a economia cresceu 0,2% em abril, acima das expectativas do mercado, apesar da desaceleração. Os economistas também reduziram sua estimativa de inflação para este ano, de 5,44% para 5,25%. ▶️ Por fim, os investidores no Brasil também continuam de olho no Congresso. A Câmara dos Deputados deve votar nesta segunda um pedido de urgência para apreciar o projeto que quer derrubar o decreto do governo federal sobre o aumento do IOF. Entenda abaixo como esses fatores impactam o mercado. Petróleo chega a subir mais de 14% mas cotação perde força ao longo do pregão 💲Dólar a Acumulado da semana: -1,03%; Acumulado do mês: -4,07%; Acumulado do ano: -11,23%. 📈Ibovespa Acumulado da semana: -0,58%; Acumulado da semana: +1,49% Acumulado do mês: +1,63%; Acumulado do ano: +15,78%. Israel X Irã O mais grave confronto direto entre Irã e Israel continua a se intensificar e chegou ao quarto dia nesta segunda-feira (16), após um fim de semana marcado por centenas de mortes, ataques diurnos e de longo alcance. A escalada do conflito preocupa líderes mundiais e aumenta a tensão entre as potências do Oriente Médio. Israel lançou a "Operação Leão Ascendente" com um ataque surpresa na sexta-feira (13), matando parte da cúpula militar iraniana e danificando instalações nucleares. O Irã respondeu com mísseis que atingiram áreas residenciais e instalações de petróleo em Israel. ▶️ Para os mercados, o conflito desencadeou um sentimento de aversão ao risco, levando os investidores a buscar refúgio em ativos seguros, como o dólar e o ouro, em um primeiro momento. Passado o "susto", no entanto, houve um momento de realização de lucros. Além disso, os preços do petróleo dispararam por causa da preocupação sobre a interrupção do fornecimento do produto. O principal receio é se os ataques vão afetar o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de um quinto do consumo total de petróleo do mundo. Mas o Irã afirmou que suas instalações não foram danificadas até o momento. Nesta segunda-feira, os investidores estão mais calmos e se concentram nas próximas decisões sobre juros no Brasil e nos EUA (leia mais abaixo). Ao final da sessão, os preços do petróleo no mercado internacional, por exemplo, fecharam em queda. Satélite mostra instalações nucleares de Natanz, no Irã, antes e depois dos ataques 'Superquarta' A próxima quarta-feira (18) é uma "Superquarta", quando coincidem as reuniões que definem as taxas de juros dos Estados Unidos e do Brasil. ▶️ BRASIL: Por aqui, a maior parte do mercado, segundo pesquisa conduzida pelo Banco Central na semana passada com mais de 130 instituições financeiras, acredita que o cenário já possibilita uma interrupção do ciclo de alta dos juros — que vigora desde setembro do ano passado. "O Copom deve encerrar o ciclo de aperto monetário em junho, mantendo a Selic em 14,75% ao ano, mas sinalizando estabilidade da taxa por um período prolongado", diz o Itaú, em comunicado. Entretanto, há bancos que projetam um novo aumento na taxa básica da economia para 15% ao ano. A taxa atual de 14,75% é a maior no Brasil em quase 20 anos. O BC tem dito que ela é necessária para desacelerar a economia brasileira e, assim, diminuir a inflação. 🔎 Juros mais altos desestimulam o consumo pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda. ▶️ ESTADOS UNIDOS: Nos EUA, a expectativa é que o Fed mantenha as taxas de juros inalteradas, na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. Os mercados ainda apostam em dois cortes até dezembro, com um primeiro movimento em setembro sendo visto como o mais provável. "O fundamental é quanta flexibilidade o Fed acredita ter. Ficamos positivamente surpresos por ainda não termos visto repasse inflacionário das tarifas", disse Ben Laidler, chefe de estratégia de ações do Bradesco BBI, à Reuters. Na semana passada, os investidores repercutiram o novo acordo tarifário entre EUA e China. Eles têm acompanhado de perto a situação preocupados com a possibilidade de uma guerra comercial caótica prejudicar os lucros corporativos. 🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global. Mais impostos Na última quarta-feira (11), o governo federal publicou um novo pacote de medidas tributárias para substituir o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) decretado em maio. A medida reduz o imposto sobre empresas e seguros do tipo VGBL e amplia a tributação sobre apostas esportivas (bets), criptoativos e investimentos isentos como Letra de Crédito Imobiliário (LCI) e Letra de Crédito Agropecuário (LCA). (saiba mais) O objetivo do novo modelo era reverter o desgaste político gerado pelo decreto anterior e, ao mesmo tempo, garantir o equilíbrio das contas públicas com novas fontes de arrecadação. A proposta, no entanto, ainda enfrenta forte resistência de parte do Congresso, que deve votar nesta segunda um pedido de urgência para derrubar o decreto. Analistas do mercado financeiro avaliam que o governo deveria focar em discutir a eficiência dos gastos públicos e em promover reformas estruturais, em vez de apenas propor novas formas de arrecadação.