Dólar opera em queda, atento à derrubada do decreto do IOF e ao conflito Israel-Irã; bolsa oscila
Na segunda-feira, a moeda norte-americana fechou a R$ 5,4855, o menor valor desde outubro. A bolsa encerrou com um avanço de 1,49%, aos 139.256 pontos. Notas d...

Na segunda-feira, a moeda norte-americana fechou a R$ 5,4855, o menor valor desde outubro. A bolsa encerrou com um avanço de 1,49%, aos 139.256 pontos. Notas de dólar Dado Ruvic/ Reuters O dólar opera em queda de 0,23% nesta terça-feira (17), cotado a R$ 5,4727 às 10h46. O Ibovespa subia 0,02% no mesmo horário, aos 139.282 pontos. Na segunda (16), a moeda americana fechou abaixo dos R$ 5,50 pela primeira vez em oito meses. ▶️ Os investidores seguem repercutindo a escalada do conflito entre Israel e Irã, que entrou no quinto dia. Nesta terça, líderes do G7, reunidos no Canadá, emitiram uma declaração conjunta pedindo uma "desescalada" das tensões, mas alegando que Israel tem o direito de se defender. O mercado também considera os impactos indiretos da guerra. Na semana passada, os preços do petróleo subiram mais de 8%, diante do receio de interrupções no fornecimento. No entanto, o Irã afirmou que suas instalações permanecem intactas até o momento. ▶️ Além do conflito, a chamada “Superquarta” também está no radar do mercado. O termo se refere ao dia em que o Banco Central do Brasil (BC) e o Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, anunciam suas decisões sobre as taxas de juros. Espera-se que ambos mantenham as taxas. (leia mais abaixo) ▶️ Por fim, no ambiente interno, a Câmara dos Deputados aprovou um pedido de urgência para analisar o projeto que visa derrubar o decreto do governo federal sobre o aumento do IOF. A crise entre o governo e o Congresso tem reflexos no futuro das contas públicas do país. Entenda abaixo como esses fatores impactam o mercado. Petróleo chega a subir mais de 14% mas cotação perde força ao longo do pregão 💲Dólar a Acumulado da semana: -1,03%; Acumulado do mês: -4,07%; Acumulado do ano: -11,23%. 📈Ibovespa Acumulado da semana: -0,58%; Acumulado da semana: +1,49% Acumulado do mês: +1,63%; Acumulado do ano: +15,78%. Israel X Irã O mais grave confronto direto entre Irã e Israel continua a se intensificar e chegou ao quinto dia nesta terça-feira (17). A escalada do conflito preocupa líderes mundiais e aumenta a tensão entre as potências do Oriente Médio. Israel lançou a "Operação Leão Ascendente" com um ataque surpresa na sexta-feira (13), matando parte da cúpula militar iraniana e danificando instalações nucleares. O Irã respondeu com mísseis que atingiram áreas residenciais e instalações de petróleo em Israel. ▶️ Para os mercados, o conflito desencadeou um sentimento de aversão ao risco, levando os investidores a buscar refúgio em ativos seguros, como o dólar e o ouro, em um primeiro momento. Passado o "susto", no entanto, houve um momento de realização de lucros. Além disso, os preços do petróleo dispararam por causa da preocupação sobre a interrupção do fornecimento do produto. O principal receio é se os ataques vão afetar o Estreito de Ormuz, por onde passa cerca de um quinto do consumo total de petróleo do mundo. Mas o Irã afirmou que suas instalações não foram danificadas até o momento. Na segunda-feira, os investidores ficaram mais calmos e se concentraram nas próximas decisões sobre juros no Brasil e nos EUA (leia mais abaixo). Ao final da sessão, os preços do petróleo no mercado internacional, por exemplo, fecharam em queda. Satélite mostra instalações nucleares de Natanz, no Irã, antes e depois dos ataques 'Superquarta' A próxima quarta-feira (18) é uma "Superquarta", quando coincidem as reuniões que definem as taxas de juros dos Estados Unidos e do Brasil. ▶️ BRASIL: Por aqui, a maior parte do mercado, segundo pesquisa conduzida pelo Banco Central na semana passada com mais de 130 instituições financeiras, acredita que o cenário já possibilita uma interrupção do ciclo de alta dos juros — que vigora desde setembro do ano passado. "O Copom deve encerrar o ciclo de aperto monetário em junho, mantendo a Selic em 14,75% ao ano, mas sinalizando estabilidade da taxa por um período prolongado", diz o Itaú, em comunicado. Entretanto, há bancos que projetam um novo aumento na taxa básica da economia para 15% ao ano. A taxa atual de 14,75% é a maior no Brasil em quase 20 anos. O BC tem dito que ela é necessária para desacelerar a economia brasileira e, assim, diminuir a inflação. 🔎 Juros mais altos desestimulam o consumo pois fica mais caro fazer empréstimos ou compras a prazo. Ao reduzir o consumo, a demanda por produtos diminui, o que ajuda a controlar a inflação, que ocorre quando a oferta não acompanha a demanda. ▶️ ESTADOS UNIDOS: Nos EUA, a expectativa é que o Fed mantenha as taxas de juros inalteradas, na faixa de 4,25% a 4,50% ao ano. Os mercados ainda apostam em dois cortes até dezembro, com um primeiro movimento em setembro sendo visto como o mais provável. "O fundamental é quanta flexibilidade o Fed acredita ter. Ficamos positivamente surpresos por ainda não termos visto repasse inflacionário das tarifas", disse Ben Laidler, chefe de estratégia de ações do Bradesco BBI, à Reuters. Na semana passada, os investidores repercutiram o novo acordo tarifário entre EUA e China. Eles têm acompanhado de perto a situação preocupados com a possibilidade de uma guerra comercial caótica prejudicar os lucros corporativos. 🔎 O mercado entende que o aumento das tarifas sobre importações pode elevar os preços finais e os custos de produção, pressionando a inflação e reduzindo o consumo — o que pode levar à desaceleração da maior economia do mundo e até a uma recessão global. Crise do IOF A Câmara dos Deputados aprovou nesta segunda-feira (16) um requerimento de urgência para um projeto que suspende os efeitos do decreto que elevou o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), editado pelo governo Lula. A urgência permite que a proposta seja votada diretamente no plenário, sem passar pelas comissões temáticas da Casa. O mérito da proposta, no entanto, ainda não tem data para ser analisado. Analistas do mercado financeiro avaliam que o governo deveria focar em discutir a eficiência dos gastos públicos e em promover reformas estruturais, em vez de apenas propor novas formas de arrecadação.
Fonte da Reprodução:
https://g1.globo.com/economia/noticia/2025/06/17/dolar-ibovespa.ghtml