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Dólar tem 8ª queda seguida e fecha a R$ 5,63, com possível alívio nas tarifas dos EUA; Ibovespa sobe

A moeda norte-americana recuou 0,31%, cotada a R$ 5,6305. Já o principal índice da bolsa de valores brasileira avançou 0,06%, aos 135.093 pontos. Notas de d�...

Dólar tem 8ª queda seguida e fecha a R$ 5,63, com possível alívio nas tarifas dos EUA; Ibovespa sobe
Dólar tem 8ª queda seguida e fecha a R$ 5,63, com possível alívio nas tarifas dos EUA; Ibovespa sobe (Foto: Reprodução)

A moeda norte-americana recuou 0,31%, cotada a R$ 5,6305. Já o principal índice da bolsa de valores brasileira avançou 0,06%, aos 135.093 pontos. Notas de dólar. Luisa Gonzalez/ Reuters O dólar engatou a 8ª queda consecutiva nesta terça-feira (29) e fechou cotado a R$ 5,63, menor valor desde o salto da moeda após o tarifaço do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, detalhado em 2 de abril. No dia seguinte à medida, o dólar encerrou a R$ 5,62. A partir de então, disparou, até alcançar os R$ 5,99 em 8 de abril. Já nos últimos dias, sinais de um possível alívio nas tarifas têm colaborado com o recuo moeda. (veja no gráfico abaixo) Ao longo da sessão desta terça-feira, investidores analisaram os sinais de progresso nos acordos tarifários entre os EUA e seus parceiros comerciais. Diversos indicadores econômicos também foram observados. Na véspera, o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, afirmou que entre 15 e 18 países já estão em negociações com os EUA, e que o país deve assinar o primeiro acordo entre essa semana e a próxima. Apesar de a afirmativa ter recebido contestação de outros líderes do mundo, a leitura de que o governo Trump tem utilizado um tom mais brando para abordar a política tarifária do republicano tem trazido alívio aos mercados. Agora, investidores aguardam sinalizações mais concretas sobre as negociações comerciais, principalmente no que diz respeito à China. Nas últimas semanas, o republicano mais de uma vez se disse disposto a fazer um acordo comercial com a China, indicando que está em contato com o presidente chinês, Xi Jinping, para discutir a troca de tarifas entre os dois países. E, apesar de a China ter negado que esteja conversando com o presidente norte-americano, notícias de que o país asiático teria suspendido as tarifas em alguns produtos norte-americanos importados, reacenderam as esperanças de um alívio nas tensões. Na agenda de indicadores, o mercado segue monitorando uma série de dados econômicos norte-americanos, em busca de sinais sobre os impactos do tarifaço de Trump na economia dos EUA. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, fechou em alta. Veja abaixo o resumo dos mercados. Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair 💲Dólar O dólar caiu 0,31%, aos R$ 5,6305. Na mínima do dia, chegou a R$ 5,6203. Veja mais cotações. Com o resultado, acumulou: recuo de 0,99% na semana; queda de 1,32% no mês; e perda de 8,89% no ano. Na véspera, a moeda norte-americana fechou em queda de 0,68%, cotado a R$ 5,6480. a 📈Ibovespa O Ibovespa avançou 0,06%, aos 135.093 pontos. Com o resultado, o índice acumulou: alta de 0,26% na semana; avanço de 3,71% no mês; e ganho de 12,31% no ano. Na véspera, o índice fechou em alta de 0,21%, aos 135.016 pontos. O que está mexendo com os mercados? Os sinais de progresso nos acordos tarifários entre os Estados Unidos e seus parceiros comerciais continuam a direcionar as negociações cambiais e nas bolsas de valores pelo mundo. Na véspera, o secretário de comércio dos EUA, Howard Lutnick, afirmou que o governo Trump irá anunciar nesta terça-feira (29) medidas para reduzir o impacto de suas tarifas sobre o setor automotivo. Além disso, Bessent, o secretário do Tesouro, disse que ao menos 15 negociações estão em andamento, indicando que o primeiro acordo deve ser assinado pelos EUA até a próxima semana. A sinalização foi bem recebida pelo mercado, que agora aguarda indicações mais concretas sobre qual será o resultado dessas negociações e o quanto ela poderá ou não afetar a economia dos Estados Unidos. Além disso, os desdobramentos da guerra comercial do país com a China também seguem no radar. Os agentes econômicos esperam uma resolução entre EUA e China, mas um eventual acordo permanece incerto, principalmente devido às falas contraditórias dos dois países sobre a possibilidade de negociação. Nas últimas semanas, os governos dos EUA e da China têm dado sinalizações controversas ao mercado: enquanto Trump garante que tem conversado com Jinping para tratar sobre as tarifas, o líder chinês nega as tratativas. "Gostaria de reiterar que a China e os EUA não realizaram consultas ou negociações sobre a questão das tarifas", disse Guo Jiakun, porta-voz do ministério das relações exteriores. "Se os EUA realmente quiserem resolver o problema por meio de diálogo e negociação, devem parar de ameaçar e chantagear [a China]." Na véspera, o país asiático chegou a adotar uma postura mais cautelosa ao falar sobre as tarifas, tentando amenizar as preocupações de que as taxas possam inviabilizar os esforços para sustentar a recuperação econômica chinesa. Já nesta terça-feira, o embaixador de Pequim na Índia, Xu Feihong, afirmou que o país não vai praticar "dumping" (prática de vender produtos a preços mais baixos) com seus produtos em outros países devido à guerra comercial e tarifária com os EUA. As afirmações vieram em uma tentativa de acalmar os temores de que produtos chineses baratos inundarão outros mercados e prejudicarão a concorrência e a produção de outros países. Agenda econômica A agenda econômica, que promete ser bastante movimentada nesta semana, também fica no radar. Nesta terça-feira (29), um relatório do Censo do Departamento de Comércio indicou que o déficit comercial (ou seja, importações maiores do que exportações) dos EUA atingiu um recorde em março, a US$ 162 bilhões (R$ 914,8 bilhões, um aumento de 9,6%) à medida que as empresas intensificaram os esforços para comprar mercadorias do exterior antes que as tarifas de Trump passem a valer. O resultado indica que o comércio pode ser um obstáculo para o crescimento do país e fez com que economistas reajustassem suas projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA para o último trimestre, passando a indicar um declínio mais acentuado. No 4º trimestre de 2024, a economia norte-americana havia crescido 2,4%. Ainda nos Estados Unidos, o índice de confiança do consumidor registrou uma queda em abril, para o menor nível em quase cinco anos, enquanto o número de vagas de trabalho abertas recuou para o menor patamar desde setembro. "Uma série de indicadores econômicos apontaram para uma economia mais fraca [nos EUA] na primeira metade de 2025", afirmou o economista-chefe do Comerica Bank, Bill Adams, à Reuters. O economista reforça que, a menos que algo mude rapidamente para tranquilizar os norte-americanos de que a economia dos EUA ficará bem, a tendência é de uma piora no cenário, impulsionado pela redução do consumo e dos investimentos. Além disso, dados do Banco Central Europeu (BCE) indicaram que houve um crescimento no volume de empréstimos para empresas da zona do euro em março, indicando que os cortes de juros promovidos pela instituição impulsionaram a atividade antes de os EUA iniciarem uma guerra comercial global. Outra pesquisa da instituição mostrou que as expectativas de inflação da zona do euro aumentaram, também em reflexo das políticas tarifárias de Trump. Investidores também aguardam novos dados do relatório de emprego Jolts, dos EUA, além de um indicador de confiança do consumidor. Por aqui, na véspera, o boletim Focus, relatório que reúne as projeções de diversos indicadores econômicos, apontou que os economistas do mercado financeiro reduziram a expectativa de inflação de 2025 pela segunda semana consecutiva, de 5,57% para 5,55%. Dados de emprego da Pnad, do IBGE, devem ser divulgados amanhã. *Com informações da agência de notícias Reuters.