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Presidente do BC diz que permanece a indicação de nova alta de juros na próxima semana

Taxa básica de juros já está em 14,25%. Banco Central tem dito que elevar Selic é necessário para frear economia e reduzir a inflação, de forma que índi...

Presidente do BC diz que permanece a indicação de nova alta de juros na próxima semana
Presidente do BC diz que permanece a indicação de nova alta de juros na próxima semana (Foto: Reprodução)

Taxa básica de juros já está em 14,25%. Banco Central tem dito que elevar Selic é necessário para frear economia e reduzir a inflação, de forma que índice volte às metas. Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central do Brasil (BC). Adriano Machado/ Reuters O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta terça-feira (29) que segue valendo a indicação do Comitê de Política Monetária (Copom) de que será necessário um novo aumento da taxa básica de juros em maio. A informação foi divulgada durante entrevista coletiva sobre o Relatório de Estabilidade Financeira (REF) do segundo semestre de 2024. "Na visão do BC e todos diretores, a comunicação anterior [de março] passou muito bem para esses 40 dias e segue vigente. Estamos respondendo a uma dinâmica de inflação desafiadora, o que justifica a extensão do ciclo [de alta dos juros]", afirmou Galípolo. "A intenção foi dizer que está valendo tudo o que foi colocado na comunicação anterior. Vamos colocar a taxa de juros no patamar que for restritivo o suficiente e no patamar necessário para cumprir a meta [de inflação]", completou. Em março, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central elevou a taxa básica de juros da economia para 14,25%. Trata-se de um patamar semelhante ao registrado durante o governo Dilma, em 2015 e 2016. Juros altos preocupam governo para próximo Plano Safra Ao mesmo tempo, o BC também indicou que realizará em maio, na próxima reunião do Copom, um novo aumento na taxa Selic, mas em menor intensidade (abaixo de um ponto percentual). O Banco Central tem reiterado que uma desaceleração do nível de atividade é necessária para reduzir a inflação, e trazê-la de volta para as metas. No relatório de política monetária, divulgado em março, a instituição informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo. Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressão sobre a inflação. Nesta semana, Galípolo afirmou que os sinais de desaceleração da economia ainda são muito iniciais e que é necessário manter vigilância sobre o comportamento dos preços. Política de juros 🔎A taxa básica de juros da economia é o principal instrumento do BC para tentar conter as pressões inflacionárias, que tem efeitos, principalmente, sobre a população mais pobre. Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, pode baixar os juros. Se estão acima, tende a manter ou subir a Selic. Desde o início de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo de 3% e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%. Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses. Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia. Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo semestre de 2026. Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 5,55% (com estouro da meta), 4,51%, 4% e em 3,78%. Ou seja, acima da meta central de 3%, buscada pelo BC. O BC admitiu recentemente que a meta de inflação pode ser novamente descumprida em junho deste ano, ao completar seis meses seguidos acima do teto de 4,5%.